Em entrevista à Agência Câmara , o líder do PDT , deputado Weverton Rocha (MA) analisa que o ano político será curto, afetado pelas Olimpíadas e pelas eleições municipais, mas a agenda legislativa é grande e urgente, principalmente as reformas estruturais do Estado. Segundo ele, o País vive uma “crise aguda”, inédita para a geração atual, que precisa ser ultrapassada com serenidade. Rocha defendeu a conclusão do ajuste fiscal, iniciado no ano passado, e a reforma da Previdência.
Natural de Imperatriz (MA), 36 anos, Weverton Rocha é filiado ao PDT desde 1996 e assume a liderança do partido na Câmara pela primeira vez.
A Agência Câmara está publicando entrevistas com todos os líderes de bancadas escolhidos ou reconduzidos neste ano.
Quais são as prioridades do PDT este ano?
O PDT compreende que este é um ano curto, politicamente falando. Temos as Olimpíadas no meio do ano, temos as eleições municipais. E uma grande crise, aguda, que essa geração nunca viu. A nossa principal meta é apoiar todas as medidas necessárias para tirar o Brasil desse atoleiro. A gente precisa desafogar [a economia] e, para isso, precisamos voltar a gerar emprego, os juros precisam baixar, o investimento precisa chegar e o investidor precisa acreditar. Temos que estar todos unidos nesse momento. Temos que ter serenidade para enfrentar os grandes temas.
Qual a posição do partido sobre a recriação da CPMF?
Existem hoje várias questões polêmicas na Casa. A CPMF, a DRU [Desvinculação de Receitas da União], a reforma da Previdência e a fiscal. Vamos discutir internamente todos estes temas e tirar uma posição de bancada responsável, para enfrentar o momento. Precisamos também terminar o que começamos. Ano passado tivemos um ajuste fiscal que ainda está sendo concluído. É importante que se conclua logo esse ajuste. É importante que os temas da política, impeachment, afastamento, sejam logo resolvidos para que possamos discutir as reformas, que são permanentes e necessárias.
Qual a reforma mais importante (previdenciária ou tributária)?
Todas as reformas são importantes. A Previdência já é um problema. A reforma não é para o governo atual. Qualquer decisão tomada agora só vai começar a valer daqui a 10 anos. O que está se discutindo aqui é um problema que vamos enfrentar mais cedo ou mais tarde daqui 20, 30 anos. Em 2050 a população adulta vai aumentar no máximo 2% e a população idosa vai aumentar mais de 100%. Então é um aumento absurdo. E a Previdência, a forma como ela funciona, não se sustenta. Estão aí a Grécia, Portugal e outros países que não aguentaram e quebraram a sua previdência. Hoje a nossa já é deficitária. Imagine daqui a 30 anos. Então, nós vamos discutir. Vai chegar a hora em que vamos ter que fazer alguma coisa.