Concentração bancária é apontada por economistas como um dos fatores para as altas taxas de juros no Brasil

Concentração bancária é apontada por economistas como um dos fatores para as altas taxas de juros no Brasil

Deputados e especialista debateram em Comissão Geral da Câmara, nesta quarta-feira (18), as altas taxas de juros cobradas pelos bancos no país.

Convidado pela liderança do PDT, Carlos Mauro Benevides Filho, professor da Universidade Federal do Ceará e ex-secretário da Fazenda do estado, apontou a concentração bancária como uma das causas para a elevação das taxas. ” O Brasil tem 5 bancos que detém 82% dos ativos financeiros. Na China, por exemplo, é possível fazer compras e transferência pelo WhatsApp e pelo Google.  Esse monopólio do sistema bancário brasileiro de fazer exclusivamente essas operações é um dos pontos que elevam o patamar das taxas de juros”, explicou.

As taxas cobradas em operações de crédito que chegam a mais de 800% do valor original, tornam a realidade das famílias brasileiras cada vez mais difícil de administrar, tendo em vista o crescente endividamento.

Para o deputado André Figueiredo, líder do PDT na Câmara, que também participou do debate, do jeito que está hoje, o  País não vai crescer e o desemprego só vai aumentar. “Aonde vamos parar assim?”, asseverou o líder.

Também participando da Comissão Geral, o diretor do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará, Flávio Ataliba Flexa Barreto, defendeu a necessidade de o País ter uma poupança nacional. “Taxa de juros é o preço da moeda e nós só cresceremos, só vamos aumentar nossa capacidade de investimentos se tivermos uma poupança nacional”.

Ainda segundo o especialista, há muito tempo o Brasil perdeu a capacidade de planejamento. “Por conta disso, o que assistimos com essa inconsistência macroeconômica do país, que se revela nas altas taxas de juros, está associada à capacidade do país de pensar suas políticas públicas para antecipar problemas”, apontou.

A disparada da dívida interna brasileira em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) que saltou para 75,1% e os comportamentos do governo e dos brasileiros mediante as crises econômicas recentes também estiveram presentes.

O PDT discutiu com os dois especialistas convidados, durante reunião semanal da bancada, alternativas e novos projetos para o setor econômico que possam efetivamente atender às necessidades do Brasil.

 

Ascom Lid/PDT