Representantes de partidos da oposição na Câmara, entre eles o líder do PDT, Wolney Queiroz, apresentaram nesta quarta-feira (27) pedido de instituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis crimes de responsabilidade do ministro da Saúde Eduardo Pazuello. No documento, os parlamentares listam seis condutas do titular da pasta que constituiriam crime na condução da crise causada pelo novo coronavírus, entre elas a omissão que levou ao colapso de sistema de saúde de Manaus, com a morte de pacientes asfixiados por falta de oxigênio.
Os oposicionistas lembram que pesquisa sobre atos e posicionamentos do governo em relação a pandemia do covid-19, realizada pelo Comitê de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário da Universidade de São Paulo (USP) “revela que o presidente da República, Jair Bolsonaro, e Pazuello executaram ‘estratégia institucional de propagação do coronavírus’”.
Isso porque, segundo argumentam, “Pazuello tem sido o aliado ideal de Bolsonaro para colocar em prática a política negacionista e de omissão frente aos dados alarmantes da covid-19 no país”. Ademais da omissão em relação ao Amazonas, o ministro teria agido dessa maneira ao adotar práticas como defender tratamento precoce, sem comprovação científica; criticar o isolamento social; e esconder dados sobre a covid-19.
Os deputados acusam ainda o ministro de promover baixa testagem da população, priorizar a proteção econômica em detrimento da proteção à vida, e de não planejar de forma consistente a imunização dos brasileiros.
Além de Wolney Queiroz, assinam o pedido de abertura de CPI:
– Gleisi Hoffmann (PR), vice-líder do PT;
– José Guimarães (PT-CE), líder da Minoria;
– André Figuereido (PDT-CE), líder da Oposição;
– Carlos Zarattini (PT-SP), líder da Minoria no Congresso;
– Enio Verri (PR), líder do PT;
– Alessandro Molon (RJ), líder do PSB;
– Sâmia Bomfim (SP), líder do Psol;
– Perpétua Almeida (BA), líder do PCdoB; e
– Joenia Wapichana, representante da Rede.