Em decorrência do Dia Internacional da Luta pela Saúde da Mulher, 28 de maio, as comissões de Defesa dos Direitos da Pessoa e Idosa e de Seguridade Social e Família debatem na data o diagnóstico e o tratamento de pacientes com câncer de mama. A audiência pública foi sugerida pelas pedetista Sílvia Cristina (RO) e Flávia Morais (GO). Para elas, “é necessário compreender e discutir a jornada das pacientes, inclusive idosas, além debater as perspectivas atuais e futuras da patologia”.
De acordo com as deputadas, dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), mostram que o câncer de mama representa o tipo que mais acomete as mulheres no Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma. “E a mortalidade pela doença, ajustada pela população mundial, apresenta curva ascendente e representa a primeira causa de morte por câncer entre brasileiras”, ressaltam.
Ainda conforme Flávia Morais e Sílvia Cristina, as mais recentes estimativas do Inca apontam o surgimento de mais de 66 mil novos casos da enfermidade por ano até 2022 no Brasil. E para complicar ainda mais o quadro, devido à pandemia, o número de diagnósticos caiu drasticamente, segundo pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência citado pelas parlamentares.
O levantamento mostra que 62% das mulheres estão aguardando o fim da pandemia para retomar consultas médicas e exames de rotina para detecção do câncer de mama. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS), ainda citados pelas parlamentes, também mostram queda de 84% no número de mamografias realizada durante a pandemia, em comparação com o mesmo período de 2019.
Para ambas, essa “queda vertiginosa” dos exames diagnósticos representa um sinal preocupante pois pode resultar em uma descoberta tardia da doença que precisa de descoberta em estágio inicial para melhor prognóstico de tratamento e cura. “Infelizmente, acredita-se que estaremos frente a uma pandemia de câncer de mama nos próximos anos”, asseveram.
Para as mulheres mais velhas, o problema torna-se ainda mais grave, conforme os dados que apresentam. Abaixo dos 40 anos, dizem as deputadas, a ocorrência da doença é menor, assim como a mortalidade, com menos de 10 óbitos a cada 100 mil mulheres. A partir dos 60 anos, no entanto, o risco seria 10 vezes maior. “Há uma ideia equivocada de que o câncer de mama é menor em mulheres idosas”, destacam.
Convidados:
– representante feminina do Instituto Nacional do Câncer (Inca);
– representante feminina da Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (Saes), do Ministério da Saúde;
– representante feminina da Sociedade Brasileira de Oncologia (SBOC);
– representante feminina da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama);
– representante do Instituto Vencer o Câncer (Ivoc).
Plenário 14, às 9 horas.