Com voto do PDT, Câmara aprova reforma tributária em votação histórica

Com voto do PDT, Câmara aprova reforma tributária em votação histórica

Em votação história, após mais de 30 anos, Câmara dos Deputados aprovou, na madrugada desta sexta-feira (7/7), o texto-base da reforma tributária (PEC 45/19). A proposta simplifica impostos sobre o consumo, prevê fundos para bancar créditos do ICMS até 2032 e para o desenvolvimento regional, além da unificação da legislação dos novos tributos.

Aprovada em dois turnos, a matéria recebeu, no primeiro turno 382 votos favoráveis e 118 contrários ao substitutivo apresentado do relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). No segundo turno, foram 375 votos contra 113. Concluída a votação nesta sexta, a matéria seguirá para o Senado Federal.

Ao comemorar a aprovação da proposta, o líder do PDT na Casa, André Figueiredo (CE), destacou que a proposta reduz a carga tributária sobre o consumo, alivia os impostos para o trabalhador, e estabelece condições para um País mais desenvolvido, com justiça fiscal e harmônico. “Essa é uma de muitas reformas necessárias para um Brasil melhor. Precisávamos pensar em atualizações de nossa tributação, haja vista que a última grande reforma tributária ocorreu em 1965, durante a ditadura militar”.

A proposta aprovada cria dois fundos: um para pagar até 2032 pelas isenções fiscais do ICMS concedidas no âmbito da chamada guerra fiscal entre os estados; e outro para reduzir desigualdades regionais. Esses fundos receberão recursos federais, aos valores atuais, de cerca de R$ 240 bilhões ao longo de oito anos e orçados por fora dos limites de gastos previstos no arcabouço fiscal (PLP 93/23).

IVA

Segundo o texto, cinco tributos serão substituídos por dois Impostos sobre Valor Agregado (IVAs) — um gerenciado pela União, e outro com gestão compartilhada entre estados e municípios:

▶ Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS): com gestão federal, vai unificar IPI, PIS e Cofins
▶Imposto sobre Bens e Serviços (IBS): com gestão compartilhada estados e municípios, unificará ICMS (estadual) e ISS (municipal)

Um Conselho Federativo será responsável por centralizar a arrecadação do futuro IVA estadual e municipal

O texto estabelece também que setores de serviços, como os de educação, saúde, medicamentos e cultura, produtos agropecuários e transporte coletivo de passageiros, contarão com redução de alíquotas em 60% ou 100%, conforme definido em lei.
A alíquota zero dos tributos poderá ser aplicada a dispositivos médicos, medicamentos e ensino superior voltado ao Programa Universidade para Todos (Prouni). Há, ainda, isenção ao transporte público e às “atividades de reabilitação urbana de zonas históricas e de áreas críticas de recuperação e reconversão urbanística”.

Por meio de uma emenda aglutinativa, do deputado André Figueiredo (CE), líder do PDT e do maior bloco parlamentar da Casa, foi incluído, além de outros dispositivos, a possibilidade de estados e o Distrito Federal criarem uma “contribuição sobre produtos primários e semielaborados, produzidos nos respectivos territórios, para investimento em obras de infraestrutura e habitação”. O tributo poderá vigorar até 31 de dezembro de 2043.

O que muda com a reforma tributária:
▶ IPVA para jatinhos, iates e lanchas
▶ cesta básica nacional com imposto zero
▶ cashback para população de menor renda
▶ simplificação do imposto para micro e pequenas empresas
▶ fim das isenções fiscais que beneficiam os grandes lobbies
▶ imposto menor para insumos para pessoas com deficiência (PCD)
▶ imposto menor para absorventes
▶ transparência, imposto detalhado na nota fiscal
▶ menos imposto para saúde/medicamentos, educação e transporte público

Ascom Lid./PDT