Nesta sexta-feira (17), a Comissão de Cultura debate a situação da Cinemateca Brasileira, em audiência pública solicitada pelo pedetista Túlio Gadêlha (PE) e outros dez integrantes do colegiado. Os parlamentares ressaltam que o incêndio na instituição, em 29 de julho, foi “a gota d’água que faltava para a política de apagamento da memória nacional, promovida pelo atual governo e que precisa ser urgentemente esclarecida”.
Na opinião do grupo, “já não se pode mais dizer que são simples contingências o outro incêndio na Cinemateca em 2016, no Museu Nacional em 2018 e, novamente, na Cinemateca em 2021”.
Os deputados ressaltam que trabalhadores da Cinemateca haviam alertado para o abandono da instituição e os riscos ao acervo em diversas ocasiões. Em manifesto dos funcionários, segundo os autores do requerimento, eles alertam para o fato de que em 8 de agosto completou um ano do abandono do órgão pelo Governo Federal e a demissão de todo seu corpo técnico, “que sequer recebeu os salários não pagos e as rescisões da gestora anterior, a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto”.
Ainda conforme o grupo de parlamentares, a situação se torna mais crítica uma vez que a ausência de equipe técnica especializada por um ano possivelmente teve consequências irreversíveis para o estado de conservação dos materiais. “Certos danos são silenciosos, porém tão trágicos quanto os de um incêndio, e igualmente irrecuperáveis.”
Convidados:
– ministro do Turismo, Gilson Machado;
– secretário especial de Cultura, Mário Frias;
– ex-diretor da Cinemateca Carlos Magalhães;
– diretor do Departamento de Políticas Audiovisuais, Hélio Ferraz de Oliveira;
– cineasta e filha do cineasta Glauber Rocha, Paloma Rocha;
– diretor de cinema Kleber Mendonça Filho;
– representante do Movimento dos Trabalhadores da Cinemateca Brasileira Rosa Rosa de Souza Rosa Gomes, e
– representante do SOS Cinemateca Francisco Martins, cineasta,.
Plenário 8, às 9 horas